VICIADOS em novas tecnologias...
...Nove em cada dez pacientes são adolescentes viciados em jogos virtuais.
É um caso extremo de pessoas viciadas em jogos de computador, um problema crescente que está a preocupar psicólogos e psiquiatras em todo o Mundo. Esta nova geração de viciados do séc XXI, como alguns psiquiatras estão a descobrir, apresenta sintomas físicos e psicológicos semelhantes à adição a substâncias como a nicotina, o álcool ou comprimidos. As idas diárias, a cada hora ou minuto ou mesmo a cada segundo ao "Facebook" são encaradas desta forma: obsessão. Chama-se "Facebook Addiction Disorder" e é uma perturbação psicológica derivada da "Internet Addiction Disorder", diagnosticada pelo psiquiatra norte-americano Ivan Goldberg em 1995. Ainda não é considerada uma patologia, mas já começou a ser identificada. A novidade é que a dependência da Internet, em especial dos jogos de computador, das redes sociais e dos telemóveis já tem tratamento em clínicas e serviços especializados, como os que abriram em Itália, Estados Unidos e Reino Unido nos últimos meses. O intuito é avaliar que a psicopatologia está associada à dependência do “doente” e pôr em prática um tratamento para “reactivar o seu contacto com a vida e com os demais”, explica um comunicado da clínica Agostino Gemelli, em Roma. “O uso patológico da Internet provoca sintomas físicos muito semelhantes aos que se manifestam nos toxicomaníacos com crises de abstinência”, explica o psiquiatra daquele hospital, Federico Tonioni. O vício ciber-relacional, uma forma de dependência das redes sociais, é um dos cinco tipos de vício tratados nessa clínica. São postos em prática também tratamentos sobre a dependência ciber-sexual (do sexo virtual ou pornografia), do uso compulsivo da Internet, do vício dos downloads (procura compulsiva de informação) e dependência dos computadores, no que diz respeito aos videojogos. Os sintomas vão desde o tempo excessivo permanecido na Internet, o desleixo para com outras actividades de interesse, ansiedade, depressão ou pensamentos obsessivos; no fundo, a incapacidade de controlar o desejo de navegar na Net. Quais as consequências? Passar dias na Internet ou no “Facebook” pode levar à perda das relações interpessoais, mudanças repentinas de humor, perda da percepção alterada do tempo e a um certo “fetiche tecnológico”, além de problemas de vista cansada e dor de costas, já que há quem viva a partir das redes sociais, sem sair da cadeira. A maioria dos doentes tratados divide-se em dois tipos. Por um lado, indivíduos entre os 25 e os 40 anos, cientes de que desenvolveram uma relação patológica com a Internet. Por outro, doentes com dependências específicas, como cibersexo, jogos e compras online. Mas… jogos e apostas online são os mais viciantes. Em declarações à BBC, Mark Griffihs, professor da Universidade de Nottingham Trent, disse que mais viciante e preocupante do que os jogos de computador são as apostas online que, ao contrário dos videojogos, nunca param. As primeiras clínicas de tratamento para viciados em apostas online surgiram na Ásia, onde são gastas fortunas no mundo virtual, provocando graves problemas nas vidas dos viciados. “A maioria dos comportamentos ligados ao vício tem o seu auge durante a juventude e maior probabilidade de ocorrer entre os homens. Mas a Internet é neutra em termos de género”, afirmou Griffiths.
(in Folha de Portugal)
...Nove em cada dez pacientes são adolescentes viciados em jogos virtuais.
É um caso extremo de pessoas viciadas em jogos de computador, um problema crescente que está a preocupar psicólogos e psiquiatras em todo o Mundo. Esta nova geração de viciados do séc XXI, como alguns psiquiatras estão a descobrir, apresenta sintomas físicos e psicológicos semelhantes à adição a substâncias como a nicotina, o álcool ou comprimidos. As idas diárias, a cada hora ou minuto ou mesmo a cada segundo ao "Facebook" são encaradas desta forma: obsessão. Chama-se "Facebook Addiction Disorder" e é uma perturbação psicológica derivada da "Internet Addiction Disorder", diagnosticada pelo psiquiatra norte-americano Ivan Goldberg em 1995. Ainda não é considerada uma patologia, mas já começou a ser identificada. A novidade é que a dependência da Internet, em especial dos jogos de computador, das redes sociais e dos telemóveis já tem tratamento em clínicas e serviços especializados, como os que abriram em Itália, Estados Unidos e Reino Unido nos últimos meses. O intuito é avaliar que a psicopatologia está associada à dependência do “doente” e pôr em prática um tratamento para “reactivar o seu contacto com a vida e com os demais”, explica um comunicado da clínica Agostino Gemelli, em Roma. “O uso patológico da Internet provoca sintomas físicos muito semelhantes aos que se manifestam nos toxicomaníacos com crises de abstinência”, explica o psiquiatra daquele hospital, Federico Tonioni. O vício ciber-relacional, uma forma de dependência das redes sociais, é um dos cinco tipos de vício tratados nessa clínica. São postos em prática também tratamentos sobre a dependência ciber-sexual (do sexo virtual ou pornografia), do uso compulsivo da Internet, do vício dos downloads (procura compulsiva de informação) e dependência dos computadores, no que diz respeito aos videojogos. Os sintomas vão desde o tempo excessivo permanecido na Internet, o desleixo para com outras actividades de interesse, ansiedade, depressão ou pensamentos obsessivos; no fundo, a incapacidade de controlar o desejo de navegar na Net. Quais as consequências? Passar dias na Internet ou no “Facebook” pode levar à perda das relações interpessoais, mudanças repentinas de humor, perda da percepção alterada do tempo e a um certo “fetiche tecnológico”, além de problemas de vista cansada e dor de costas, já que há quem viva a partir das redes sociais, sem sair da cadeira. A maioria dos doentes tratados divide-se em dois tipos. Por um lado, indivíduos entre os 25 e os 40 anos, cientes de que desenvolveram uma relação patológica com a Internet. Por outro, doentes com dependências específicas, como cibersexo, jogos e compras online. Mas… jogos e apostas online são os mais viciantes. Em declarações à BBC, Mark Griffihs, professor da Universidade de Nottingham Trent, disse que mais viciante e preocupante do que os jogos de computador são as apostas online que, ao contrário dos videojogos, nunca param. As primeiras clínicas de tratamento para viciados em apostas online surgiram na Ásia, onde são gastas fortunas no mundo virtual, provocando graves problemas nas vidas dos viciados. “A maioria dos comportamentos ligados ao vício tem o seu auge durante a juventude e maior probabilidade de ocorrer entre os homens. Mas a Internet é neutra em termos de género”, afirmou Griffiths.
(in Folha de Portugal)
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