A sociedade acordou para a realidade do envelhecimento acelerado do corpo social, fenómeno deveras preocupante pela sua vastidão. Socialmente o envelhecimento retira às pessoas o lugar e as funções que exercem na sociedade, atribuindo-lhes o estatuto de "idosos". Nos meios rurais, mantêm até mais tarde a consciência de serem úteis e mostram-se capazes de decidir por si próprias, prolongando algumas actividades; nos ambientes sociais citadinos, a passagem à situação de "reformado" acontece mais cedo e de uma forma mais agressiva. Geralmente põe de lado pessoas ainda aptas e válidas.
No sistema moderno de produção, os idosos são geralmente relegados para um lugar secundário e refugiam-se na solidão, abandonados em casa ou nos lares da terceira idade. As gerações tendem a afastar-se cada vez mais umas das outras e raramente os idosos têm a oportunidade de colaborar com os jovens, sentindo-se ignorados e socialmente mortos.
Os idosos terão de reagir a esta situação degradante, assumindo o dever de garantir a continuidade e a comunicação dos valores humanos, que são fruto de sabedoria, de vivências de gerações e transmiti-los pelo diálogo e pelo afecto.
As pessoas deveriam preparar-se para a velhice através de um processo normal, criando alternativas à profissão para o tempo de reforma. A velhice é tempo de sabedoria e síntese de todas as idades.
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