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Um dia todos nós temos o mundo nas mãos…


Vamos reflectir sobre a nossa relação com o mundo em que vivemos?
Lamentamo-nos de que as coisas vão mal, aceitamos sem recalcitrar tudo o que se sucede à nossa volta… mas… fazemos, realmente, algum esforço para transformar o mundo?! Humm… é difícil… dá trabalho… Eu… ai, como eu sou comodista!
Recebemos diferentes dons de Deus, segundo as nossas capacidades. Mas o importante é desenvolvê-los, fazê-los render… não podemos simplesmente guardá-los dentro da nossa “arca”! Não podemos assustar-nos com os problemas do nosso mundo… O que importa é contribuir para mudar para melhor o nosso mundo, na medida das nossas possibilidades.
Todos podemos fazer algo… tornar este mundo um pouco mais acolhedor, mais humano… Todos podemos prestar alguma pequena ajuda aos outros… De nós depende que haja mais justos e bons!

Era uma vez um homem como todos os outros. Um homem normal. Com qualidades e defeitos. Não era diferente. Mas um dia bateram-lhe repentinamente à porta. Quando abriu, encontrou os seus amigos. Eram vários e tinham vindo juntos. Os amigos ataram-lhe as mãos. Depois, disseram-lhe que assim era melhor; que assim com as mãos atadas não poderia fazer nada de mal (mas esqueceram-se de que também não poderia fazer nada de bom). Foram-se embora, deixando um guarda à porta, para que ninguém lhe desatasse as mãos. A princípio desesperou e procurou cortar as cordas. Quando se convenceu da inutilidade dos seus esforços, procurou, pouco a pouco, acomodar-se à nova situação. Pouco a pouco conseguiu arranjar-se para continuar a subsistir com as mãos atadas. E começou a esquecer-se de que antes tinha as mãos livres.
Passaram-se muitos anos. O homem acostumou-se às mãos atadas. Entretanto, o seu guarda comunicava-lhe as coisas más que faziam lá fora os homens com as mãos livres (mas esquecia-se de contar que também faziam muitas coisas boas).
Continuaram a passar os anos. O homem que se acostumou às mãos atadas começou a acreditar que era melhor viver assim.
Um dia, os amigos surpreenderam o guarda, entraram e cortaram as ligaduras que lhe prendiam as mãos. “Já és livre!” disseram-lhe. Mas tinham chegado demasiado tarde. As mãos daquele homem estavam totalmente atrofiadas
.”

(Autor: Manuel Sánchez Monge; Fonte: "Parábolas como Setas")

Até que ponto nos sentimos também “homens e mulheres de mãos atadas”?!
A sociedade em que vivemos, por um lado, dá-nos certas comodidades, mas… também não nos prende, não nos impede de desenvolvermos a nossa criatividade, a nossa capacidade crítica,…?!
Pode chegar o momento em que seja tarde demais para recuperar a liberdade, porque as nossas mãos estão atrofiadas. O que é que isto vos sugere?

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