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Sempre Generoso, sempre Terno...


Seria de pensar que nesta altura eles já tivessem concluído que ser o melhor amigo do homem foi uma má escolha de carreira!
Devo-lhes muito do que sei sobre o amor, desse amor silencioso e morno, de paciente olhar, que nada pede em troca quando é dado. Os cães acompanham-nos, agradam-nos... encontram crianças perdidas, patrulham terrenos, auxiliam quem precisa de apoio... E para quê?
Adoro cães, mas já era altura de eles aprenderem alguma coisa sobre amor-próprio!
Espera-se que venham imediatamente quando lhes assobia... espera-se que demonstrem a sua alegria junto aos donos que os acorrentam uma vida inteira... espera-se que sejam fortes para lutar e até matar companheiros seus, se necessário for, pela vanglória do seu dono... espera-se que saibam exibir com elegância o seu porte em exposições caninas, pelo orgulho da sua dona... espera-se que comam com satisfação tudo o que lhes seja atirado... espera-se, espera-se, espera-se... tudo deles!! E estes sempre dóceis companheiros de uma vida, permanecem ao nosso lado, sempre contentes e leves!... Recebem-nos sempre como se o tempo tivesse ficado quieto nos relógios e houvesse apenas lugar para a ternura!... Permanecem, sim, ao nosso lado... até querermos!!
Vi-os em esqueleto a abocanhar um osso seco nos esconderijos das ruas... vi-os de olhos tristes a vaguear na solidão... e muitos já partiram antes de tempo, numa estrada qualquer, traídos por corações que não se renderam ao seu latido já fraco, capaz de dar a exacta medida da dor que os tolhia...

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