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Os Consumidores e a Crise Internacional

Sem que a maioria dos consumidores se tivesse apercebido, evoluímos de uma sociedade de consumo de massas para a sociedade da hiperescolha em pouco mais de uma década.
Assim, de acordo com estudos sociológicos entretanto realizados, foi traçado o perfil do novo consumidor:  é egoísta, desconfiado, volátil e infiel às marcas; procura conforto, bem-estar, segurança, prazer e preocupa-se com a saúde mais do que em qualquer outra época; é individualista, procura ser consciente nas suas escolhas, mas é apressado e mau cidadão.
Faça uma comparação entre as marcas de electrodomésticos que tem hoje em casa e aquelas que tinha há 20 anos e, certamente, vai ficar surpreendido com as diferenças...
A escolha de novas marcas foi determinada, em muitos casos, pela globalização. Na sociedade da hiperescolha estamos constantemente a ser confrontados com o aparecimento de marcas de que nunca tínhamos ouvido falar e o desaparecimento de outras que nos eram familiares.
Hoje, o consumidor quer lojas com horários alargados, para poder fazer as suas compras no horário que mais lhe convém. Quer informação curta, em tempo real, mas também especializada, capaz de aprofundar os temas que mais lhe agradam.
Até ao início da década de 90, a sociedade de consumo visava a satisfação de necessidades básicas, mas na fase da hiperescolha a maioria dos consumidores já satisfez essas necessidades e procura encontrar, no acto de consumo, o complemento do prazer.
O mercado percebeu isso e optou por um modo de produção segmentado que fosse de encontro aos interesses particulares dos consumidores jovens, adultos e seniores.
Esta metamorfose do consumidor, obrigou as empresas a uma nova postura no mercado. Por outras palavras, as empresas perceberam que já não viviam num mercado comandado pela oferta, mas sim num mercado dominado pela procura, onde o consumidor exige um tratamento individualizado, exige que cada empresa tenha um produto ou serviço que se adequa às suas exigências e características.
Tudo funcionou bem, enquanto os consumidores tiveram dinheiro para satisfazer os seus desejos.
Quando deixaram de ter dinheiro para comprar produtos, a economia ressentiu-se, a produção retraiu-se e agora há necessidade de reactivar o poder de compra dos consumidores para que tudo volte à normalidade.
Para os consumidores terem poder de compra, têm necessidade de ter meios de subsistência, o que significa postos de trabalho com salários que lhes garantam a possibilidade de adquirir esses produtos.
É neste equilíbrio que se joga o futuro. Será que os consumidores já perceberam?

(adaptação de um texto de Carlos Barbosa Oliveira, publicado na revista Tempo Livre n.º 200 de Jan/09)

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